Por Soraya Goulard
NAS PEGADAS DO MESTRE
Ficha Catalográfica: VINÍCIUS. Nome verdadeiro: CAMARGO, Pedro de. Rio de Janeiro: FEB, 1984
Preço na LIVRARIA YVONNE DO AMARAL PEREIRA: R$ 20,00
Vinícius, pseudônimo de Pedro de Camargo, foi um dos grandes divulgadores do Espiritismo, no período entre o início e o meio do século XX (1878 - 1966 ). O grande sonho de Pedro de Camargo foi criar uma instituição educacional espírita. E ele consegue realizá-lo quando funda o "Instituto Espírita de Educação" e, mais tarde, o "Externato Hilário Ribeiro", ambos em São Paulo. Desenvolveu também atividades no campo da assistência social, não obstante acreditasse que o trabalho de iluminação de consciências viesse em primeiro plano.
Em sua essência, “Nas pegadas do Mestre” faz parte de primorosa coleção (O Mestre na educação; Em
torno do Mestre...), voltada para provocar uma reflexão, com enfoque na
Educação do Espírito do homem, sobre as mais expressivas passagens evangélicas.
Interessante observar
que, ao lado do modo simples e emotivo de comentar essas passagens, Vinícius
como que se “apropria” dos recursos didáticos de Jesus para desenvolver a sua
estratégia pedagógica. Como o Mestre, o autor inicia os 140 pequenos itens do
livro, destacando:
·
As máximas ou sentenças de fácil
memorização: As três afirmativas do Cristo (p. 244): “Eu sou o caminho, a
verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por mim” (João, 14: 6).
·
As parábolas: O pródigo e o egoísta (pp.
22-24) e A figueira estéril (p. 65).
·
As afirmações por perguntas: Valor
imperecível (p. 89): “De que serve ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se
a si mesmo?” (Mt, 16: 26).
·
As contradições: A derrocada do
materialismo (p. 63): “Ao sair Jesus do templo, em Jerusalém, disseram-lhe seus
discípulos: Olha, Mestre, que pedras e que edifícios! Respondeu-lhes Jesus: Vês
esses grandes edifícios? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra, que
não seja derribada” (Mar, 13: 2).
·
As perguntas que levam ao autoconhecimento:
Os sinais dos tempos (p. 93): “Hipócritas, sabeis distinguir o aspecto da terra
e do céu, como não distinguis este tempo? Por que não julgais também por vós
mesmos aquilo que é justo?...” (Lc, 12: 56).
·
As imagens fortes: Quantidade e qualidade (p. 235): “Quem não
colocar minha doutrina acima do pai, mãe, irmão, mulher e filhos e até da
própria vida, não pode ser meu discípulo. Aquele que não transportar a sua cruz
e não renunciar a tudo quanto tem, tampouco pode ser meu discípulo” (Lc 14:
1-6).
É claro que a didática de
Jesus é múltipla e encontra-se sempre em processo de estudo; daí, para
finalizar, mas não finalmente, a maior de todas – A DO AMOR! –, expressa no
item “Vinde a mim” (p. 119): “Vinde a mim todos vós que andais em trabalho, e
vos achais oprimidos e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei
de mim que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas
almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
O comentário de
Vinícius sobre essa passagem é igualmente tomado de amorosidade porque certo da
hereditariedade divina do homem: “Jesus acha-se de posse da suprema graça. Frui
o sumo bem, e sente em si a plenitude da força onipresente, que emana de Deus.
Sua íntima e perfeita comunhão com o Pai torna-o participante dos divinos
atributos. Em tais condições, um desejo ardente domina seu amorável coração:
tornar os homens tais como ele é, fazê-los co-herdeiros, com ele, da herança
paterna”.
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