Por Soraya Goulard
AUTODESCOBRIMENTO:
UMA BUSCA INTERIOR & PSICOLOGIA DA GRATIDÃO
Ficha catalográfica: JOANNA DE ÂNGELIS (Espírito), psicografados por FRANCO, Divaldo Pereira. Salvador: Livraria Espírita Alvorada Editora. (1995, 2011)
À venda na Livraria YVONNE DO AMARAL PEREIRA
Na literatura de Joanna de Ângelis, a palavra “autoconhecimento”, em geral, vem ancorada por outras como “educação moral e desafios do ideal”, “sombra e plenitude”, “saúde e doença”, “libertação e ignorância” e por aí vai. Natural esse jogo discursivo para chamar atenção sobre a necessidade de superarem-se certos comportamentos viciantes que tendem a repetir-se – mesmo quando conscientizados como prejudiciais – uma vez que automáticos. Como, então, transformar um comportamento desfavorável em favorável? Inúmeras são as alternativas: estudo, tratamento médico e espiritual, vigília do pensamento, oração, passe, trabalho no bem, exercício do perdão, controle da ansiedade, cultivo do autoamor, meditação, combate ao medo. A lista é grande e abarca várias frentes; contudo, todos e quaisquer recursos, se verdadeiramente eficazes, é porque convergem para uma só terapêutica, aquela ensinada e praticada pelo Mestre Jesus: a do AMOR. E será essa também a terapia cujo cerne permeia toda a obra psicológica de Joanna de Ângelis, desde o primeiro livro do ciclo, “Jesus e atualidade” (1989). Para esta resenha, dois livros foram escolhidos: “Autodescobrimento: uma busca interior” (1995) e “Psicologia da gratidão” (2011). Neles, a querida Benfeitora apresenta caminhos para o desenvolvimento feliz do ser, por meio do autoconhecimento (autoamor) e do cultivo da gratidão (irmã e parceira do amor), respectivamente. Mas de que formas o autoconhecimento e a gratidão poderiam funcionar como instrumentos de cura emocional, de saúde física e de roteiro de vida?
Em “Autodescobrimento”, Capítulo 5, subitem “Força criadora”, Joanna explica como se opera o desenvolvimento do amor, incluindo as progressivas reencarnações, traduzido no quadro a seguir, apenas para melhor visualização:
AMOR(Das faixas iniciais, mais densas e centradas na satisfação dos prazeres, para as mais sublimes, sem necessidades de retribuição) Pede socorro quando afirma que o oferece Torna-se equânime, dando e recebendo, espraiando-se e recolhendo Alcança a plenitude criadora Deseja receber quando aparenta retribuir Esquece-se de si mesmo, para atender, iluminar e seguir adiante
“Todo o curso da evolução (tomada de consciência) tem como estrutura o autoconhecimento – que proporciona o autoamor – passo decisivo para que essa força criadora desabroche com todas as potências que lhe são pertinentes”, esclarece ainda. Já em “Psicologia da gratidão”, ela apresenta um caminho para o homem, de modo mais seguro, dar prosseguimento à própria escala evolutiva: o exercício da gratidão.
Confundida muitas vezes com o “reconhecimento”, a gratidão vai bem além da retribuição pelos favores recebidos, ficando à margem da “relação oferta/procura” cujo valor se torna diluído por recompensas materiais ou de favores; ao contrário, a gratidão adentra o campo da satisfação e da alegria por compartilhar descobertas positivas e por integrar-se no conjunto social em que se movimenta (pp. 14-15). Joanna lembra que a gratidão real é igualmente manifestada quando acontece a dor (física, moral, emocional), por ser esta uma ferramenta para um estado mais maduro de harmonização interior. “Nada se perde no arquipélago das vivências que se iniciam pelos automatismos biológicos e culminam nas manifestações da transcendência espiritual” (p. 168). Neste ponto, vale a pena observar que tanto o sofrimento quanto a ingratidão são patrimônios infelizes (heranças doentias do ego), gerando perturbações e desconfianças. Quando transformados, graças ao empenho do self, dão lugar à saúde interior.Em ambos os livros se sobressai o papel mais importante, a EDUCAÇÃO, cuja diretriz se volta tanto para o trabalho dos valores internos quanto para novas conquistas. Ela será a grande impulsionadora do progresso pessoal e coletivo, acelerando-o ou atrasando-o, pelas escolhas feitas.
Os comentários de Kardec para a pergunta 917 (“Qual o meio de destruir o egoísmo?”) vêm finalizar esta resenha, pela grandeza de sua mensagem: “A educação, se bem entendida, é a chave do progresso moral. Quando se conhece a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas. (...) O homem deseja ser feliz e natural é o sentimento que dá origem a esse desejo. Por isso é que trabalha incessantemente para melhorar sua posição na Terra...”E existiria escolha mais prazerosa e fácil para se investir na felicidade do que o “treino” da gratidão?
Boa leitura a todos!
LIVRARIA YVONNE DO AMARAL PEREIRA
A renda obtida na venda de seus produtos está destinada
à sustentabilidade do Grupo Boa Nova.
Colabore nesta construção de amor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário